LIÇÃO

Lição 7 – Bondade

6 a 13 de fevereiro



Bondade

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Sábado à tarde Ano Bíblico: Lv 15, 16



VERSO PARA MEMORIZAR: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos” (Efésios 2:10, NVI).



Leituras para esta semana: Sl 51:10, 11; Jo 14:9; Rm 3:12-20; 7:7-12; Tt 2:14; Hb 1:2, 3



Nas Escrituras, bondade envolve não só manter comportamento correto mas também evita seu oposto, a maldade. A bondade é a santidade em prática. É o que fazemos; de outra forma, não é mesmo “bondade”.



A palavra traduzida por bondade (agathosune), em Gálatas 5:22, denota uma bondade ativa, agressiva. Mais que excelência de caráter, é o caráter em ação, expressando-se em bons atos.



Frequentemente, ouvimos que alguém tem um “bom coração” ou que é um “bom sujeito”. Por mais problemática teologicamente que seja essa ideia (veja Jr 17:9), é ainda mais problemática na realidade. Um “bom coração” ou um “bom sujeito”, por si mesmo, não significa nada. Em vez disso, um “bom coração” se revela em bons atos, boas ações concretas, atos práticos de bondade que beneficiam a outros. Boas intenções, bons pensamentos, bons motivos são bons e têm seu papel, mas, no fim, a bondade está em fazer o bem. Enganamos a nós mesmos se pensamos de outra forma.



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Domingo Ano Bíblico: Lv 17–19



Deus é bom



Na Bíblia, o sentido mais profundo e absoluto de “bom” é um predicado exclusivo de Deus. Assim, embora a palavra bom seja usada livremente em muitas circunstâncias, apesar de haver indivíduos bom e maus (Mt 5:45), embora seja possível os cristãos praticarem boas obras (Ef 2:10), e Deus haja declarado que tudo o que criou era “muito bom” (Gn 1:31), Jesus afirma que só Deus é “bom” (Mc 10:18). Só Deus é absoluto. Todos os outros têm graus de bondade quando comparados a esse padrão absoluto.

1. Como a bondade de Deus se revela em nossa vida? Êx 33:19; Sl 25:8; 86:5; 107:21; Na 1:7; Rm 8:28



No entanto, Deus não afirma, apenas, que é bom; Ele nos revelou essa bondade de numerosas formas. Podemos ver a bondade e o amor de Deus na criação. Mesmo em um mundo caído, mesmo com doenças, pragas e desastres naturais, a bondade de Deus ainda se revela pela natureza.



Pense nas relações humanas, amor, interesse, atenção pelos outros. Somos capazes dessas coisas maravilhosas e boas só porque Deus nos criou com o potencial para isso, e fez assim porque é bom.



A sexualidade humana, embora, evidentemente pervertida em grau horroroso e inimaginável, ainda revela a bondade de Deus e Seu amor para conosco.



2. Qual é a maior revelação da bondade de Deus à humanidade? Jo 14:9; Hb 1:2, 3



Faça uma lista de todas as maneiras que se lembrar de como você veio a entender a bondade de Deus. Isto é, apesar das provações pelas quais passou, como você veio a conhecer por si mesmo a bondade de nosso Senhor? Como a bondade de Deus pode ser refletida em sua vida? Compartilhe suas respostas com a classe no sábado.



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Segunda Ano Bíblico: Lv 20–22



Todos pecaram



3. Leia Romanos 3:12-20. Como vemos a realidade dessas palavras ao nosso redor? Como você vê manifesta em sua própria vida?



Um dos fatos tristes da vida é que pode haver pessoas muito talentosas e bem dotadas, encantadoras, carismáticas, pessoas de grande habilidade e inteligência que frequentemente rotulamos como “boas” quando, de fato, são corruptas até o cerne. Como amor, a palavra bom pode ser utilizada tão levianamente que perde seu verdadeiro significado. Quando temos diante de nós a ideia da bondade de Deus, podemos entender muito melhor qual é, realmente, a bondade humana.



Com frequência, ouvimos as pessoas não cristãs dizer que não entendem o que os cristãos querem dizer ao afirmar que o ser humano é naturalmente pecaminoso. Afinal, não existem pessoas que fazem coisas boas, que expressam generosidade, abnegação e amor incondicional? Já não vimos pessoas que são assim? Como você responderia a esse tipo de argumento?



Anos atrás, o escritor russo Dostoevsky escreveu um livro relatando o tempo que passou em um campo de concentração siberiano. Ele conta que alguns dos piores criminosos da Rússia estavam encarcerados. Entre os prisioneiros estavam aqueles que haviam cometido alguns dos crimes mais vis e odiosos imagináveis. Mas Dostoevsky escreveu como, às vezes, esses homens eram capazes de fazer alguns dos atos mais gentis e bondosos. A lição é que até mesmo os piores podem praticar atos amáveis. Ao mesmo tempo, quem não viu pessoas realmente boas, quando pressionadas, fazer algumas coisas muito más?



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Terça Ano Bíblico: Lv 23–25



A lei e a bondade de Deus



4. Qual é a relação entre a bondade de Deus e Sua lei? Rm 7:7-12



O problema de alguns com a lei de Deus é um engano sobre sua função no plano de salvação. Quando vamos ao médico devido a uma doença, precisa haver um diagnóstico antes do tratamento. O problema surge quando as pessoas confundem o tratamento com o diagnóstico. A lei de Deus não apenas serve como padrão, mas também desempenha um papel de diagnóstico no processo de salvação. Paulo declara simplesmente que sem a lei, ele não teria conhecido o que é o pecado. Então, a lei nos diagnostica a todos como pecadores. Sem esse diagnóstico, haveria pouco incentivo de irmos a Jesus em busca de cura.



No plano da salvação, a lei de Deus é indispensável, porque, sem lei não existe pecado, e sem pecado, não há necessidade de um Salvador.



5. No Salmo 40:8, Davi escreveu: “Agrada-me fazer a Tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a Tua lei”. Então, por que alguns podem crer que a guarda da lei é um fardo?



Às vezes, pensamos na lei como uma proibição – um “Não farás”. E existe alguma verdade nisso. Mas, ao mesmo tempo, existe infinitamente mais que podemos fazer do que não podemos fazer. Pense, também, em todos os benefícios práticos de guardar a lei de Deus. Pense como melhora a qualidade de vida aqui e agora. Não devemos confiar suficientemente na bondade de Deus em saber que se Ele proíbe algo, é por que não deve servir para nós?



Você acha que a guarda da lei é um fardo? Neste caso, por quê? Se a Bíblia diz que a guarda da lei é um privilégio, o que estamos fazendo de errado se a consideramos um fardo?



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Quarta Ano Bíblico: Lv 26, 27



Andando em bondade



“Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (Jr 13:23).



O texto acima ensina uma lição simples sobre a natureza humana: não podemos mudar facilmente, especialmente os aspectos ruins de nosso caráter (Pergunte à maioria dos casados se é fácil mudar um cônjuge!). Com este pensamento, talvez possamos entender melhor por que o conceito bíblico de bondade é imensamente mais profundo, e seu uso muito mais restrito do que é comumente usado no mundo. O fruto do Espírito, que é a bondade, é mais interior, alcançando cada pensamento, palavra e ato da pessoa religiosa. Isso requer que os motivos sejam corretos antes que consideremos “boa” qualquer ação. Significa que a pessoa boa é alguém de quem a justiça (a prática correta) provém da devoção interior e do amor a Deus.



6. Como podemos nos tornar “bons”? Sl 51:10; Sl 119:9



7. Compare esses textos com o que Paulo diz em Romanos 7:18. Como todos estes textos são relacionados?



8. No capítulo 7 de Romanos, Paulo expressa sua decepção porque, apesar das melhores intenções, ele não tinha força dentro de si mesmo para fazer o bem (v. 18, 19). Mas, no capítulo 8, versos 1-4, ele revela o segredo do cristão para vencer o dilema. Qual é o segredo? Discuta o que significa “andar no Espírito.” Como isso é feito?



Uma coisa é reconhecer que somos pecadores, destituídos da graça, e que nossas boas obras não podem nos salvar. Ao mesmo tempo, por que devemos ser cuidadosos em não usar esse ensino como desculpa para viver pela carne? Você acha que está fazendo isso? Neste caso, por que essa é uma atitude muito perigosa?



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Quinta Ano Bíblico: Nm 1–3



Bondade expressa



Embora não se possa dizer que somos salvos pelas obras, pode-se dizer que, como filhos e filhas, comprados pelo sangue de Deus, somos salvos para que nossa vida manifeste boas obras. Jesus assinalou que, assim como uma árvore é conhecida por seus frutos, seremos conhecidos pelo tipo de vida que vivemos. Jesus leva um passo adiante a importância das boas obras quando declara que aqueles que vivem sem as boas obras não terão permissão para entrar no reino do Céu (veja Mt 25:41-46).



9. Que afirmação taxativa faz Paulo sobre o cristão e as boas obras? Ef 2:10; Tt 2:14



Como seres pecadores, violamos a lei de Deus; todos precisamos de um Salvador. Mas, ao mesmo tempo, recebemos na Bíblia a promessa de que, se nos rendermos a Jesus, se escolhermos viver no Espírito e não na carne, poderemos vencer e viver de maneira a refletir a bondade de Deus. Podemos viver no que Paulo chama de “novidade da vida” (Rm 6:4), porque, assim como fomos pela fé “sepultados com” Cristo “na morte pelo batismo” (Rm 6:4), podemos igualmente considerar-nos “mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Rm 6:11).



Podemos ser “bons” no sentido bíblico da palavra, não “bons” como se merecêssemos a salvação, mas “bons” no sentido de que nosso coração, nossos motivos, nossos atos revelam ao mundo a realidade do Deus a quem professamos servir. Com certeza, isso vai requerer a morte para o eu, disposição para servir aos outros, vai exigir uma luta diária com a carne e coração humilde, contrito e arrependido quando falharmos, mas podemos e devemos viver a fé que confessamos.



Como você está se valendo de todas as promessas de uma vida cristã vitoriosa? O que o está impedindo de reclamar o que é seu, o que lhe foi oferecido por tão grande preço?



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Sexta Ano Bíblico: Nm 4–6



Estudo adicional



“Não é somente pregando a verdade, ou distribuindo literatura, que seremos testemunhas de Deus. Lembremo-nos de que uma vida semelhante à de Cristo é o mais poderoso argumento que pode ser apresentado em favor do cristianismo, e que o cristão que não é fiel à sua profissão causa mais dano ao mundo do que um mundano” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 21).



“A divisa do cristianismo não é um sinal exterior; não consiste em trazer uma cruz ou coroa, mas sim em tudo o que revela a união do homem com Deus. Pelo poder da Sua graça manifestado na transformação do caráter, o mundo será convencido de que Deus enviou Seu Filho como Redentor. Nenhuma influência que possa rodear o coração tem mais poder do que a de uma vida abnegada. O mais forte argumento em favor do evangelho é um cristão que sabe amar e é amável” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 470).



Perguntas para consideração

1. Leia em classe e comente suas respostas à pergunta da lição de domingo sobre a maneira de Deus ter lhe revelado Sua bondade.

2. Quais são algumas das maneiras práticas de expressar e revelar, como indivíduos ou como igreja, a bondade de Deus para os outros? Sua igreja está fazendo o bem na comunidade em que está localizada? Se sua igreja se mudasse, os vizinhos sentiriam falta dela?

3. A Bíblia diz que a lei de Deus é boa. E sabemos que é. Entretanto, como pode ela ser usada como algo ruim? De que maneiras a lei pode ser abusada, e quais são as consequências infelizes desse abuso?

4. Medite nesta antiga pergunta filosófica: Uma coisa é considerada boa porque Deus diz que é boa? Ou Deus a considera boa porque já é boa?

5. Promova uma discussão em classe sobre Lucas 18:18, 19. O que Jesus estava dizendo? Como devemos entender Suas palavras?



Respostas sugestivas:


Pergunta 1: Na criação, na manutenção de nossa vida com bem-estar e, acima de tudo, pela nossa salvação.

Pergunta 2: A doação de Seu Filho.

Pergunta 3: Na maldade que nos cerca.

Pergunta 4: A lei de Deus é um muro que nos protege do mal e da degradação.

Pergunta 5: Esta é uma das tentativas de Satanás para desmoralizar o amor de Deus.

Pergunta 6: Somente mediante a transformação de nosso caráter pela Palavra de Deus e Seu Espírito.

Pergunta 7: Não existe bondade em nós, mas a obra de Deus é restaurar em nós o Seu caráter.

Pergunta 8: A presença de Cristo na vida. Andar no Espírito é viver sob Sua orientação e guia.

Pergunta 9: Somos feitos e redimidos para praticar boas obras